Como dizia Mahatma Gandhi: "A Terra provê o bastante para satisfazer a necessidade de todos os homens, mas não a ganância de todos os homens."
Você é ambicioso ou ganancioso? Mas o que separa a ambição da ganância?
Tanto ambição como lucro são saudáveis e até motivadores ao ser humano. Mas qual é o limite da ambição para a ganância?
Você pode ser ambicioso sem ser ganancioso!
Ambição - é um elemento motivador na conquista de qualquer objetivo.
O ambicioso obedece às regras, normas, moral e princípios éticos, características de um "bom caráter".
Já o ganancioso, age de acordo com o seu próprio interesse - e não vê qualquer tipo de impedimento moral para obter o que deseja, mesmo que isso prejudique outras pessoas. É individualista e egoísta e o seu lema é: eu quero, eu preciso e, os meios justificarão os fins...Como já dizia Freud, vive motivado pelo principio do prazer, ou seja, quero porque quero e ponto!
As mudanças surgidas ao longo do tempo, especialmente após a Revolução Industrial e atualmente, com o Capitalismo Globalizado, o CONSUMISMO virou um estilo de vida. E naturalmente, a mídia, contribui bastante para isso! Vocês notaram como estamos sempre querendo algo? Queremos roupas, carros, casas no campo, na praia, TUDO… Quanto mais temos, mais queremos! A impressão que dá é que quanto mais temos, mais SOMOS. É a relação entre o ser e o ter!
Infelizmente, esse consumismo se estende até mesmo nas relações pessoais, gerando o “Consumismo Sentimental”, onde o importante é: status social, aparências e prestígio! Só que isso, certamente não constrói um relacionamento verdadeiro, onde a base, o alicerce é o amor!
Muito me entristece ver que o SER HUMANO está se distanciando cada vez mais de sua essência. Hoje, vemos tantas pessoas carentes de amor, buscando de forma compulsiva obter coisas materiais para suprir suas carências afetivas. Mudam o visual, fazem lipoaspiração, plástica, trocam de carro, compram roupas…geralmente, como um meio de preencher o seu vazio interior!
Mas é difícil suprir essa sensação de carência. Perceba como há uma insatisfação constante! É como se cada conquista, cada aquisição fosse trazer a tão desejada satisfação. Naturalmente, isso nunca vai acontecer, porque a realidade é uma só: não se pode substituir o valor individual de cada pessoa, o amor, a amizade, por coisas materiais. A pessoa que valoriza e vive em função do externo, não reconhece a sua riqueza interior. Vive na ilusão de que quanto mais tiver, mais felicidade encontrará, como se a posse material fosse garantia de aceitação e felicidade.
O amor próprio exagerado, a ênfase que a pessoa atribui a si mesma e a necessidade constante de poder, nada mais é do que um meio que a pessoa utiliza, um mecanismo de defesa, para se auto-afirmar e compensar a falta de amor por si mesma.
A ambição exagerada pelo poder e pela aquisição de bens materiais pode vir de um complexo de inferioridade e de um sentimento de desamparo, fragilidade e impotência, especialmente para aqueles que nos primeiros anos de vida, não encontraram junto aos adultos com quem conviveram, o conforto, o acolhimento e o amor necessários.
Esse tipo de atitude pode desencadear um comportamento: agressivo, arrogante e hostil, como um mecanismo de defesa. Pessoas assim precisam acreditar que são superiores para compensar um profundo complexo de inferioridade e a crença na falta de sentido em que vivem.
São pessoas soberbas e, portanto, sem humildade. Infelizmente, algumas pessoas só tomam consciência disso no final de suas vidas, quando já não encontram mais tempo para reverter à situação!
Como dizia Erich Fromm: "A ganância é uma cova sem fundo, que esvazia a pessoa em um esforço infinito para satisfazer a necessidade, sem nunca alcançar satisfação."
Jung em um de seus relatos, disse: "Vi muitas vezes que os homens ficam neuróticos quando se contentam com respostas insuficientes ou falsas às questões da vida. Procuram situação, casamento, reputação, sucesso exterior e dinheiro; mas permanecem neuróticos e infelizes mesmo quando atingem o que buscam. Essas pessoas sofrem, freqüentemente, de uma grande limitação do espírito. Sua vida não tem conteúdo suficiente, não tem sentido. Por esse motivo a idéia de desenvolvimento, de evolução tem desde o início, segundo me parece, a maior importância".
Isso nos faz refletir sobre a importância de buscarmos o sentido da vida, que com certeza não é adquirido através da aquisição de bens materiais. Somente quando o homem tomar consciência da riqueza do seu próprio mundo interior, poderá deixar a doentia preocupação com as aparências e com a conseqüente frustração gerada pelo vazio interior. Nesse momento, poderá encontrar o sentido da sua própria vida.
É preciso desenvolver a consciência do nosso valor, independente da posição ou aquisição que temos, e acima de tudo, que somos todos seres humanos, em constante processo de evolução. O que importa não é o que temos, mas com certeza o aquilo que somos, aquilo que trazemos em nossa alma e em nossa essência, pois somos todos uma centelha divina!
A riqueza material é importante, mas a riqueza maior é a da alma...essa não se compra e não se vende, se adquiri ao longo de sua evolução! E uma alma só é verdadeiramente rica, quando constituída com amor, sabedoria, respeito, dignidade e humildade!
Eu particularmente, não tenho nada contra riqueza, conforto e prestígio, ao contrário, acredito que todos nós devemos crescer e evoluir…ser prósperos e desfrutar das nossas conquistas, afinal merecemos! Mas, não devemos nos tornar escravos das nossas conquistas ou ambições, afinal o apego e a dependência, de uma forma geral são patológicos.
Valorize as coisas pequenas da sua vida. Cada conquista é um motivo para comemorar e nunca deixe de valorizar aos bons momentos, como passar com a família, bater um papo com os amigos, ouvir boa música, curtir e preservar a natureza, dar amor, carinho e atenção às pessoas do seu convívio, formando assim um ambiente sadio!
Lembre-se sempre que a vida é constituída de momentos…e ela pode mudar em fração de segundos. Por isso, nunca deixe de dar o devido valor à vida e às pessoas, pois pode ser a sua última oportunidade!
Maria Barthaly
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